Resultado da pesquisa (2)

Termo utilizado na pesquisa Arrabidaea japurensis

#1 - Experimental poisoning by Arrabidaea japurensis (Bignoniaceae) in rabbits

Abstract in English:

The dried, powdered sprouts of Arrabidaea japurensis (DC.) Bur & K. Schum. (fam. Bignoniaceae), a plant poisonous for cattle, were administered by stomach tube to 18 rabbits, to determine whether this animal could be used in future toxicological and diagnostic studies of the plant. The plant, collected, dried, and powdered in 1976, was kept at room temperature in tightly closed vials protected from direct sunlight. Six years after collection this plant material was shown to be still poisonous for rabbits but to a lesser extent. In the experiments performed in 1976, A. japurensis caused death of the three rabbits which received 0.83 g of the dried plant material per kg of bodyweight, and of one of the two which received 0.415 g/kg. In the experiments performed in 1982 death occorred only in the two rabbits which received 3 .32 g/kg, whereas none of the rabbits which received 1.66 g/kg or less died. First symptoms of poisoning appeared from 1h25 min to 6h36 min after administration of the plant, lasted from 1 to 4 minutes, and were those of "sudden death". Post-mortem examination showed congestion of the liver in five of the nine rabbits. Histopathological findings were centrolobular dissociation of the liver cords and hydropic vacuolar degeneration of hepatic cells.

Abstract in Portuguese:

A brotação dessecada e pulverizada de Arrabidaea japurensis (DC.) Bur. & K. Schum., da família Bignoniaceae, planta tóxica para bovinos, foi administrada a 18 coelhos por via intragástrica, com a finalidade de verificar se o coelho pode ser usado como animal experimental de pequeno porte na continuação dos estudos sobre a ação tóxica da planta e no isolamento de seus princípios ativos, e ainda, como ajuda no diagnóstico desta intoxicação em bovinos, quando houver dúvidas no reconhecimento ou dificuldades na identificação de A. japurensis. A planta colhida, dessecada e pulverizada em 1976 e conservada em vidros hermeticamente fechados, na sombra à temperatura ambiente, revelou-se tóxica para o coelho, porém em 1982, seis anos após sua coleta, era bem menos tóxica do que em 1976. Enquanto que nos experimentos de 1976, A. japurensis causou a morte dos 3 coelhos que a receberam na dose de 0,83 g da planta dessecada por quilograma de peso animal, e na dose de 0,415 g/kg, a de 1 entre 2 coelhos, em 1982, ela causou a morte somente dos 2 coelhos que a receberam na dose de 3,32 g/kg, sem provocar nenhum efeito nos que a receberam em doses de 1,66 g/kg ou inferiores. O início dos sintomas da intoxicação variou de 1h25 min a 6h36 min após a administração da planta, e a evolução da intoxicação, de 1 a 4 minutos. A sintomatologia principal foi a de "morte súbita". À necropsia encontrou-se congestão hepática em 5 dos 9 coelhos que morreram, e nos exames histopatológicos, no fígado, leve a moderada dissociação centrolobular das trabéculas em 7, leve a moderada degeneração hidrópicovacuolar das células hepáticas em 3 e áreas de necrobiose na zona intermediária do lóbulo hepático em 1 dos 9 coelhos que morreram.


#2 - Poisoning of cattle by Arrabidaeajapurensis (Bignoniaceae) in Roraima, northem Brazil

Abstract in English:

The cause of “sudden death” in cattle in Roraima, northern Brazil, was investigated. These deaths, amounting to 1000-1500 annually, mainly occur when cattle are exercised; they are observed in farms of the “lavrado” region, situated along the large rivers of the area, specially rio Branco, Tacutu and Mucajaí, and less frequently the Uraricoera and Surumu rivers. Observations in the region and feeding trials in cattle identified Arrabidaea japurensis (DC.) Bur. & K. Schum. as the cause of “sudden death”. The fresh sprouts of the plant were given orally to 11 bovines in amounts that varied from 1.25 to 20 g of the plant per kilogram of body-weight. The amount of the plant necessary to cause death varied considerably; 10 g/kg always caused the death of the animals, but smaller doses down to 1.25 g/kg still caused the death of some. The first symptoms of poisoning were observed between 6 hours and 15 minutes and 22 hours and 10 minutes after the administration of the plant. Two of the four animals, which had eaten amounts of 10 g/kg or more, died of “sudden death” without having been exercised. The animals which had received smaller amounts, were driven between 18 and 22 hours after ingestion of the plant, and died suddenly after 1 to 45 minutes of exercise. The clinical signs lasted from 1 to 8 minutes; they were swaying gaint, muscular tremors, loss of stability and falling to the ground, peddling movements with the legs, sometimes moaning and intensive closing of the eyelids, and death. Post-mortem examinations were negative. Histopathologically there was hydropic vacuolar degeneration of the epithelial cells of the distal convoluted tubules in the kidney; this was seen in six of the eight animals which died due to the ingestion of the fresh plant material. Dried sprouts, given 3 and 6 months after they had been collected, had lost about half of their toxicity. The plant had no cumulative effects and did not induce tolerance. Mature leaves werw also toxic.

Abstract in Portuguese:

Foi investigada no Território de Roraima a causa de "mortes súbitas" em bovinos, que ocorrem principalmente quando eles são movimentados. Essas mortes são observadas em fazendas da região do "lavrado", situadas nas nargens dos grandes rios, especialmente dos rios Branco, racutu e Mucajaí, sendo sua incidência menor nas margens dos rios Uraricoera e Surumu. Como causa das ''mortes súbitas" foi identificada, atrarés da experimentação em bovinos e das observações feitas na região, Arrabidaea japurensis (DC.) Bur. & K. Schum., planta da família Bignoniaceae. A brotação recém-colhida foi administrada por via oral a onze bovinos em quantidades que variaram de 1,25 a 20 g da planta por quilograma de peso do animal; A dose que causou a morte foi bastante variável; 10 g/kg sempre causaram a morte dos animais, enquanto que quantidades decrescentes até 1,25 g/kg, ainda causaram a morte de parte dos bovinos. Os primeiros sintomas de intoxicação foram observados de 6 horas 15 min. a 22 horas 10 min. após a ingestão da planta. Dois dos quatro animais que ingeriram 10 g/kg ou mais da planta morreram de "morte súbita" sem terem sido exercitados. Os animais que ingeriram menos que 10 g/kg, foram movimentados 15 horas 37 min. a 22 horas após a ingestação da planta e morreram "subitamente" após 1 a 45 minutos de exercício. A duração dos sintomas, nos animais que morreram, variou de 1 a 8 minutos. Esses sintomas foram andar cambaleante, tremores musculares, súbita perda de equilibrio com queda do animal, ficando este logo em decúbito lateral, movimentos de pedalagem, às vezes berros e cerramento forte das pálpebras, morte. Além destes sintomas vistos nos animais que morreram, foram observados nestes, bem como naqueles que adoeceram mas não morreram, quando tocados, relutância em correr ou andar, o animal freqüentemente se deitando, micções e defecações freqüentes, dispnéia, taquicardia e pulso venoso positivo. Os achados de necropsia foram praticamente negativos. Os exames histopatológicos revelaram, como lesão que mais chamou a atenção, em seis dos oito animais que morreram em virtude da ingestão da planta fresca recém-colhida, nítida degeneração hidrópico- vacuolar das células epiteliais dos túbulos uriníferos contornados distais. A brotação dessecada, administrada 3 e 6 meses após a coleta, também era tóxica, porém tinha perdido aproximadamente metade de sua toxicidade. As folhas maduras dessecadas mostraram possuir metade da toxidez da brotação. Nos cinco bovinos que morreram nos experimentos com a planta dessecada, não foi encontrada a degeneração hidrópico-vacuolar no rim. A experimentação revelou que a planta não possui efeito acumulativo, e também que pela ingestão repetida de quantidades subletais os animais não adquirem tolerância aos seus efeitos.


Colégio Brasileiro de Patologia Animal SciELO Brasil CAPES CNPQ UNB UFRRJ CFMV